Meditação de 25 de abril

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Jesus o Médico das nossas Almas

Jesus o Médico das nossas Almas

Et orietur vobis, timentibus nomen meum, sol iustitiae, et sanitas in pennis eius – “Para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e estará a salvação nas suas asas” (Ml 4, 2)

Sumário. Por muito que os médicos terrestres amem os doentes, nenhum tomará sobre si as doenças a fim de as curar. Somente Jesus Menino foi o médico tão caridoso, que tomou sobre si todas as nossas enfermidades, e para delas nos livrar tomou o remédio amargoso de uma vida de trabalhos contínuos e de uma morte dolorosíssima sobre um patíbulo infame. Admiremos a grande bondade do divino Redentor, agradeçamo-la e retribuamos-Lhe com o nosso amor. I. Virá, disse o Profeta, o vosso médico para curar os enfermos; e virá depressa, qual pássaro que voa, ou qual sol que ao sair no horizonte já envia os seus raios até à extremidade da terra. Mas eis que já veio. Consolemo-nos e rendamos-lhe ações de graças. Diz Santo Agostinho: Descendit usque ad lectum aegrotantis. Jesus abaixou-se até ao leito do enfermo, quer dizer, até tomar a nossa carne; porquanto os corpos são como que os leitos das nossas almas enfermas. Por muito amor que os outros médicos tenham aos doentes, por muito que se esforcem para lhes restituir a saúde: qual é o medico que para curar um doente toma sobre si a doença? Tal médico tem sido tão somente Jesus Cristo, que para nos curar tomou sobre si todas as nossas enfermidades.

Nem quis mandar outro qualquer; ele mesmo quis vir para desempenhar o oficio de médico piedoso, a fim de ganhar todo o nosso amor:

Languores nostros ipse tulit, et dolores nostros ipse portavit — “Tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou com as nossas dores” (1)

Com o seu próprio Sangue quis Jesus sarar as nossas chagas e com a Sua morte livrar-nos da morte eterna por nós merecida. Numa palavra, quis tomar o remédio amargo de uma vida de trabalhos contínuos e de uma morte crudelíssima, para nos dar a vida e nos livrar de todos os nossos males.

Calicem quem dedit mihi Pater, non bibam ilium? — “Não queres”, disse o Senhor a São Pedro, “que eu beba o cálice que o Pai meu deu?” (2)

Foi necessário que Jesus Cristo abraçasse tantas ignomínias, para curar o nosso orgulho; que abraçasse uma vida tão pobre, para curar a nossa cobiça; que abraçasse um oceano de sofrimentos até morrer de pura dor, para sarar a nossa avidez de prazeres.

II. Para retribuirmos a Jesus o seu entranhado amor para conosco, amemo-Lo com todas as nossas forças, e não recuemos diante de qualquer sacrifício por amor dEle. E visto que Ele disse que considera como feito a si o que fizermos a um dos seus irmãos mais pequeninos (3), amemos também ao próximo por amor de Jesus Cristo; saibamo-nos compadecer das suas fraquezas e socorrê-lo em suas necessidades.

Ó amado Redentor, seja para sempre louvado e bendito o Vosso amor! Que seria da minha alma, enferma e chagada como estava, pelos meus pecados, se Vós, ó meu Jesus, a não pudésseis e quisesses sarar? Ó Sangue do meu Salvador, em Vós confio; limpai-me e curai-me. Meu amor, pesa-me de Vos haver ofendido. Para me provar o amor que me tendes, levastes uma vida tão cheia de tribulações e uma morte tão amargosa. Também eu quisera provar-Vos o meu amor; mas que posso fazer, fraco e enfermo como sou? Ó Deus de minha alma, Vós sois Todo-Poderoso, Vós me podeis curar e fazer-me santo.

Ó Senhor, acendei em mim um grande desejo de Vos dar gosto. Renuncio a todas as minhas satisfações para Vos agradar, meu Redentor, que tanto mereceis que a todo o custo Vos procuremos agradar. O Bem supremo, amo-Vos e estimo-Vos acima de todos os bens; fazei com que Vos ame de todo o meu coração e Vos peça sempre o Vosso amor. Pelo passado Vos ofendi e não Vos amei, porque não pedi o Vosso amor. Agora vo-lo peço, juntamente com a graça de o pedir sempre. Atendei-me pelos merecimentos da vossa Paixão.

— Ó Maria, minha Mãe, vós estais sempre disposta a atender a quem vos roga, e amais a quem Vos ama: amo-vos, minha Rainha; alcançai-me a graça de amar a Deus; é tudo quanto vos peço.

Referências: (1) Is 53, 4 (2) Jo 18, 11 (3) Mt 25, 40

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 377-379)

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Conformidade com a vontade de Deus a exemplo de Jesus Cristo

Conformidade com a vontade de Deus a exemplo de Jesus Cristo

Descendi de coelo, non ut faciam voluntatem meam, sed voluntatem eius qui misit me – “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6, 38)

Sumário. É tão agradável a Deus o sacrifício da nossa própria vontade, que Jesus Cristo desceu sobre a terra para nos ensinar a maneira de o fazer e em toda a sua vida não fez outra coisa senão dar-nos disso as mais sublimes lições com as suas palavras e com os seus exemplos. Eis, portanto, o que devemos ter em mira em todas as nossas ações: conformar a nossa vontade com a divina, especialmente no que mais repugna ao amor próprio. Vale mais um Bendito seja Deus, dito nas adversidades, do que mil agradecimentos na prosperidade.

I. É certo que a nossa salvação consiste em amar a Deus, nosso supremo Bem; porque a alma que não O ama, já não vive, mas está morta (1). A perfeição, porém, do amor consiste em conformar a nossa vontade com a divina; pois que, como diz o Aeropagita, o efeito principal do amor é unir as vontades dos que se amam, de sorte que não tenham senão um só coração e uma só vontade.

É isto o que antes de mais nada com as suas palavras e com os seus exemplos veio ensinar-nos Jesus Cristo, que nos foi dado por Deus tanto para ser nosso Salvador como nosso modelo. Pelo que o Apóstolo escreve que as primeiras palavras de Jesus, ao entrar no mundo, foram estas: Ecce venio ut faciam, Deus, voluntatem tuam (2) — “Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Meu Deus, recusastes as hóstias e oblações dos homens; não Vos agradaram os holocaustos que Vos ofereciam pelos seus pecados. Quereis que Vos sacrifique morrendo este meu corpo, que Vós mesmo me haveis dado. Eis-me aqui, Senhor, estou pronto para fazer a vossa santíssima vontade.

No correr de sua vida, Jesus Cristo tem manifestado diversas vezes a sua submissão e conformidade de vontade, dizendo: Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, senão a d’Aquele que me enviou. Quis que conhecêssemos o grande amor a seu Pai pelo ver ir à morte por obediência à vontade d’Este. Por isso disse aos apóstolos: Para que conheça o mundo que amo ao Pai, e assim como me ordenou o Pai, assim faço: Levantai-vos; vamo-nos d´aqui (3).

Depois no horto de Getsêmani, parece que o Senhor, opresso pelo temor, pelo aborrecimento e pela tristeza, não sabe fazer outra oração senão esta: Meu Pai, não seja como eu quero, mas sim como Tu (4). Meu Pai, se não pode passar este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade (5). — Numa palavra, é tão grande a excelência da conformidade com a vontade de Deus, e Jesus Cristo exige tão rigorosamente que a pratiquemos, que protesta ter por seus discípulos somente aqueles que cumprem a vontade divina (6).

II. Se agrada tanto o Deus o sacrifício de nossa vontade, que enviou à terra seu próprio Filho para nos ensinar a maneira de a sacrificarmos, tinha razão o santo abade Nilo de dizer que nas nossas orações não devemos pedir a Deus que faça o que nós queremos, mas que nos dê a graça para bem fazermos o que Ele quer. — É a isso que se devem dirigir todos os nossos desejos, devoções, meditações e comunhões: o cumprimento da vontade divina, especialmente naquilo que repugna mais ao nosso amor próprio. Lembremo-nos sempre do que costumava dizer o Bem-aventurado João de Ávila: Um só Bendito seja Deus, nas adversidades, vale mais do que mil agradecimentos na prosperidade.

Toda a minha desgraça, ó meu Deus, foi não querer sujeitar-me no passado à vossa santa vontade. Detesto e amaldiçôo mil vezes esses dias e momentos em que, para seguir a minha vontade, me opus à vossa, ó Deus de minha alma. Eu Vô-la consagro agora sem reserva e quero unir esta minha oferta à que vosso divino Filho fez de si mesmo e continua a fazer sobre os nossos altares. Recebei-a, ó meu Senhor, e ligai-me de tal modo ao vosso amor, que nunca mais me possa revoltar contra Vós.

Amo-Vos, bondade infinita, e pelo amor que Vos tenho me ofereço todo a Vós. Disponde de mim, e de tudo o que me pertence, como Vos aprouver. Resigno-me em tudo à vossa divina vontade. Preservai-me da desgraça de contrariar as vossas disposições, e depois fazei de mim segundo a vossa vontade. Pai Eterno, pelo amor de Jesus Cristo, atendei-me. Meu Jesus, escutai-me pelos merecimentos da vossa Paixão. E vós, o Maria Santíssima, ajudai-me; obtende-me a graça de executar a vontade divina, na qual consiste toda a minha salvação e nada mais de vós desejo.

Referências:

(1) Lc 22, 48 (2) Sl 54, 13 (3) Mt 26, 24 (4) 1Cor 11, 28 (5) Jo 13, 10

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 14-17)

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