Meditação de 15 de agosto

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Festa da Assunção de Maria Santíssima

Festa da Assunção de Maria Santíssima

Astitit regina a dextris tuis, in vestitu deaurato, circumdata varietate — “Apresentou-se a rainha à tua direita com manto de ouro, cercada de variedade” (Pv 44, 10)

Sumário. Maria morre, e acompanhada de inúmeros espíritos celestiais e de seu próprio Filho, entra no céu em alma e corpo. Deus abraça-a, abençoa-a e fá-la Rainha do universo, elevando-a acima de todos os anjos e santos. Regozijemo-nos com a divina Mãe, que é também a nossa, e avivemos a nossa confiança nela, invocando-a em todas as nossas necessidades. Roguemos-lhe sobretudo que, assim como ela morreu de puro amor a Deus, possamos nós morrer ao menos com contrição dos nossos pecados.

I. Maria morre, mas como? Morre toda desapegada do afeto às criaturas, e morre consumida pelo divino amor, de que o seu santíssimo coração estava sempre todo abrasado. Ó santa Mãe, ides deixar a terra: não vos esqueçais de nós, pobres peregrinos, que ainda ficamos neste vale de lágrimas, combatidos por tantos inimigos, que desejam a nossa perdição eterna. Pelos merecimentos da vossa preciosa morte, vos suplicamos que nos obtenhais o desapego das coisas terrestres, o perdão dos pecados, o amor de Deus e a santa perseverança. E, quando chegar a hora da nossa morte, assisti-nos lá do alto do céu, com a vossa intercessão, e alcançai-nos a graça de irmos ao paraíso beijar os vossos pés.

Maria morre; seu preciosíssimo corpo é levado pelos apóstolos à sepultura, guardado pelos anjos durante três dias, e em seguida transportado ao paraíso. Mas a sua alma formosa, apenas saiu do corpo, entra na beatitude eterna, acompanhada de inúmeros anjos e do seu próprio Filho.Já no céu, a humilde Virgem apresenta-se a Deus, adora-o e com afeto imenso lhe agradece todas as graças que lhe foram dispensadas. Deus abraça-a, abençoa-a e fá-la Rainha do universo, exaltando-a acima de todos os anjos e santos: Exaltata est sancta Dei Genitrix super choros angelorum ad coelestia regna.

Se, no dizer do Apóstolo, a inteligência humana não pode compreender a glória imenso a que Deus preparou no céu para os seus servos que o amaram na terra; quão grande não será a glória que ele concedeu à sua santíssima Mãe, que em terra o amou mais do que todos os santos e anjos, e o amou com todas as suas forças? De modo que, chegando ao céu, pôde dizer a Deus: Senhor, se não Vos amei tanto como mereceis, ao menos Vos amei quanto pude.

II. Alegremo-nos com Maria pela glória a que Deus a sublimou; mas alegremo-nos também por nossa causa, porquanto, ao mesmo tempo que Maria foi elevada à dignidade de Rainha do mundo, foi também feita nossa advogada. Advogada tão piedosa, que se encarrega da defesa de todos os pecadores que a ela se recomendam; e tão poderosa junto do nosso Juiz, que ganha todas as causas.

Ó grande, excelsa e gloriosíssima Senhora, prostrados aos pés do vosso trono, nós vos veneramos deste vale de lágrimas, e nos alegramos pela glória imenso com que vos enriqueceu o Senhor. Agora, que já reinais como Rainha do céu e da terra, ah!, não vos esqueçais de nós, vossos pobres servos. Do alto do sólio excelso em que reinais, não vos dedigneis de volver os vossos olhos piedosos a nós, miseráveis. Quanto mais vizinha estais da fonte das graças, tanto mais no-las podeis comunicar. No céu descobris melhor as nossas misérias, portanto é preciso que tenhais compaixão de nós e mais nos socorrais.

Ah, Mãe dulcíssima, Mãe amabilíssima! Os vossos altares estão cercados de muita gente, que vos pede, este para ser curado de alguma enfermidade, aquele para ser provido nas suas necessidades; um vos pede uma boa colheita, outro, a vitória de uma demanda. Nós vos pedimos graças mais agradáveis ao vosso coração: alcançai-nos a humildade, o desapego da terra, a resignação com a vontade divina. Impetrai-nos o santo temor de Deus, uma boa morte, o céu. Numa palavra, mudai-nos de pecadores em santos e fazei que, depois de termos sido cá na terra os vossos fiéis servos, possamos um dia ir gozar da vossa presença no céu.

“E Vós, ó Senhor, perdoai os crimes dos vossos servos: para que, já que não podemos agradar-Vos com as nossas obras, sejamos salvos pela intercessão da Mãe de vosso Filho e Senhor nosso” (1). Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo.

Referência: (1) Or. festi.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Duodécima semana depois de Pentecostes até ao fim do ano Eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 347-350)

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O abandono de Jesus sobre a Cruz e a pena de dano no inferno

O abandono de Jesus sobre a Cruz e a pena de dano no inferno

Sustinui qui simul contristaretur, et non fuit, et qui consolaretur, et non inveni – “Esperei se algum se entristecia comigo, e não houve ninguém; esperei se alguém me consolava, e não achei” (Sl 68, 21)

Sumário. O que mais atormentou Jesus, pregado na cruz, foi o abandono completo em que se viu. Não achando na terra quem o console, levanta os olhos para o Pai Celestial. Este, porém, vendo-o carregado dos nossos pecados, recusa-se a dar-lhe alívio e deixa-o morrer sem consolo. O Senhor quis padecer um abandono tão cruel, para nos livrar de outro abandono mais cruel ainda, qual é a pena de dano no inferno. Contudo, quão poucos são os que cuidam em render-Lhe graças, e em retribuir-lhe o seu amor!

I. São Lourenço Justiniani diz que a morte de Jesus Cristo foi a mais amarga e a mais dolorosa de todas, pois que o Redentor morreu na cruz sem o mais pequeno alívio. Nas outras pessoas que sofrem, a pena é sempre aliviada, ao menos por algum pensamento consolador; mas a dor e aflição de Jesus padecente foi uma dor pura, uma aflição sem alívio. Por esta razão, São Bernardo, contemplando o Salvador morto sobre a cruz, Lhe diz, suspirando: Meu amado Jesus, olhando-Vos sobre esta cruz, desde a cabeça até aos pés, não vejo senão dor e aflição.

A pena, porém, que mais atormenta o coração amante de Jesus é o abandono completo em que se acha; eis porque Jesus se queixa pela boca do Profeta: Esperei se alguém me consolava, e não achei. – Maria Santíssima conservava-se, é verdade, ao pé da cruz, afim de lhe procurar algum alívio se pudesse; mas esta Mãe terna e aflita contribuiu antes pela dor que lhe causava a sua compaixão, a aumentar a pena do Filho que tanto a amava. São Bernardo diz que as dores de Maria contribuíam todas para afligir mais o Coração de Jesus; de tal sorte que, quando o Salvador lançava os olhos para sua Mãe aflita, sentiu o coração mais penetrado das dores de Maria que das suas, como a mesma Bem-aventurada Virgem o revelou a Santa Brígida.

Jesus, então, vendo que não achava na terra quem o consolasse, elevou os olhos e o coração a seu Pai, para lhe pedir alívio; mas o Eterno Pai, vendo seu Filho em forma de pecador, Lhe disse: Não, meu Filho, não te posso consolar agora, que estás satisfazendo à minha justiça por todos os pecados dos homens. É justo que te entregue a teus padecimentos e te deixe morrer sem algum alívio. Foi então que nosso Salvador exclamou em alta voz: “Meu Deus, meu Deus, porque me desamparaste?” – Clamavit Iesus você magna, dicens: Deus meus, Deus meus, ut quid dereliquisti me? (1) Ó abandono tão cruel para o Coração de Jesus!

II. A reflexão sobre a pena que sofreu Jesus Cristo, vendo-se abandonado de todos, chama nossa atenção sobre a desgraça terrível da alma abandonada para sempre de Deus no inferno. São grandes as outras penas daquele lugar de tormentos (2): o fogo que devora, as trevas que ofuscam, os gritos lancinantes dos réprobos que ensurdecem, o mau cheiro que infecciona, a estreiteza que oprime: todas estas penas, porém, não são nada em comparação com a perda de Deus. Foi desta perda irreparável que o Coração de Jesus nos quis livrar, aceitando tão cruel abandono sobre a cruz. E nós nem sequer pensamos em Lhe dar graças!

Ah, meu terno Jesus, queixais-Vos sem razão, quando dizeis: Meu Deus, porque me abandonastes? Porque, assim direi eu, porque Vos quisestes encarregar de pagar por nós? Não sabíeis que por nossos pecados merecíamos ser abandonados de Deus? Foi, pois, com justiça que vosso Pai Vos abandonou e Vos deixa morrer num mar de dores e amarguras. Ah, meu Salvador, vosso abandono aflige-me e me consola: aflige-me, porque Vos vejo morrer entregue a tantos sofrimentos, mas consola-me, porque me faz esperar que, pelos vossos merecimentos, não serei abandonado da divina misericórdia, como merecia, por Vos haver abandonado tantas vezes para seguir os meus caprichos.

Fazei-me compreender, ó Senhor, que, se vos foi tão penoso o ser privado por alguns momentos da presença sensível da Divindade, qual seria o meu suplício, se fosse privado de Deus para sempre. Suplico-Vos, pelo cruel abandono que sofrestes, que nunca me abandoneis, ó meu Jesus, sobretudo no artigo da morte. Quando todos me tiverem abandonado, não me abandoneis Vós, meu Salvador. Ah! Meu Senhor, abandonado de todos, sede o meu consolo nas desolações. Sei que, se eu Vos amar sem consolação, mais contentarei o vosso Coração. Mas Vós conheceis a minha fraqueza; dai-me perseverança, paciência e resignação. – Ó Maria, a Vós também peço esta graça, que espero obter pelos merecimentos da dor que sentistes, vendo vosso Filho abandonado de todos.

Referências:

(1) Mt 27, 46 (2) Lc 16, 28

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 298-301)

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